GOVERNO FEDERAL DEMARCA

13 TERRAS INDÍGENAS

Por

Fernanda Maranhão

Em 12/12/2024

Após um jejum de mais de cinco anos sem demarcação de terras indígenas por parte do governo federal, 13 territórios foram recentemente homologados pelo atual Governo Lula. Entre estas áreas, a Terra Indígena Cacique Fontoura do Povo Iny-Karajá, que no ano de 1954 foi visitado por Vladimir Kozák.

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Após um jejum de cinco anos sem demarcação o governo Lula concluiu o processo de homologação de 08 Terras Indígenas entre 2023 e 2024. As 08 terras com o processo de demarcação concluído através da assinatura do Presidente da União situam-se nas diferentes regiões do Brasil e beneficiam 14 Povos distintos : Arara (TI Arara do rio Amonia - AC), Avá- Canoeiro (TI Avá Canoeiro _GO), Guarani Mbya e Guarani Nhandeva (Terra Indígena Morro dos Cavalos - SC), Iny-Karajá (TI Cacique Fontoura - TO), Kaingang (Rio do Índios - RS e Toldo Imbu - SC), Kariri-Xocó (TI Kariri-Xocó - AL), Katukina Pano e Yawanawá (TI Rio Gregório - AC), Kokama (TI Acapuri de Cima - AM), Maku Nadëb (TI Uneuixi - AM), Pataxó (TI Aldeia Velha - BA), Potiguara (TI Potiguara de Monte-Mor - PA) e Tremembé (TI Tremembé-CE).

 

Setenta anos antes, precisamente em março de1954, Vladimir Kozák visitou os Iny Karajá da TI Santa Isabel do Morro na Ilha do Bananal, estado do Tocantins. Na ocasião os Karajá estavam preparando-se para a festa do Hetohokã, um ritual de passagem onde os meninos têm seus lábios furados para a colocação do adorno labial tribal. Para a festa foram convidados indígenas Karajá da aldeia Cacique Fontoura, que chegaram à noite em suas canoas. Os guerreiros desembarcando na praia do rio Araguaia, todos pintados e adornados, iluminados pelas tochas acesas impressionaram Kozák. Além das fotografias, ele registrou a chegada dos convidados em um pequeno esboço, certamente imaginando reproduzir a cena em óleo sobre tela, quando estivesse no conforto de sua casa em Curitiba. A viagem de Kozák para a Ilha do Bananal e os seus registros entre os Iny Karajá estão no capítulo XXIX do livro "Kozák e os Povos Indígenas do Brasil" recentemente publicado pelos autores a antropóloga Fernanda Maranhão e o escritor e produtor cultural Marcelo Miguel.